O amor faz a diferença nos últimos dias de vida de um animal?



Conheça a história emocionante de Mel, uma golden retriever que seria sacrificada, mas ganhou vida extra em razão do carinho doado por sua família 

Mel chegou ao seu lar definitivo com um ano de idade, quando seu primeiro dono confiou seus cuidados a um amigo, porque precisaria se mudar de uma casa grande em Alphaville para um pequeno apartamento. Dócil, ela se adaptou sem grandes dificuldades. Brincava, comia e passeava de carro, um de seus passatempos favoritos. Aos dois anos, quando entrou no cio, a nova família decidiu cruzá-la. Ela então engravidou e deu à luz seis filhotes tão lindos e saudáveis quanto ela. Dois deles, o Bernardo e a Brigitte, também foram adotados por seus donos e continuaram vivendo junto dela.

Pacata, Mel era uma das cadelas mais dóceis do mundo, principalmente em comparação aos seus dois filhotes, agitadíssimos. Os anos se passaram e ela se tornou uma idosa, sempre lutando contra a obesidade – fruto de sua gula e da preguiça de passear, características não tão difíceis de encontrar em exemplares da raça golden retriever.

Alguns meses depois de seu 12º aniversário, quando os donos ofereceram a ração pela manhã, como de costume, ela se recusou a comer. Eles estranharam. Se Mel não queria se alimentar, algo grave certamente estava acontecendo. Passaram a observá-la com mais atenção e notaram que ela também se levantava pouco e quase não estava urinando. O alerta vermelho se acendeu. Era hora de tomar providências mais sérias e levá-la a uma clínica veterinária.

Ao chegar ao hospital, os especialistas constataram que ela sofria com o mau funcionamento dos rins, problema que atinge muitos animais na velhice. E o diagnóstico não era nada animador. Mel precisaria ficar internada sob intensos cuidados veterinários. Os donos voltaram para casa arrasados e preocupados com o destino da cadelinha, que era parte da família há mais de dez anos.

Eles voltavam lá todos os dias e depois de uma semana, veio a frase que eles esperavam, mas não queriam ouvir: seria necessário pensar na opção de sacrificá-la, porque o problema parecia não ter mais solução e Mel já sofria muito. Ela não resistiria muitos dias. Com dor, ela quase não conseguia se movimentar. A família conversou, refletiu e decidiu: já que o destino de Mel era certo, eles a levariam para casa. Assim, ela viveria o final de seus dias em casa, perto das pessoas que tanto a amavam.

De volta ao lar, Mel passou a receber ainda mais carinho e a ingerir alimentos naturais. Os donos optaram por substituir a ração por legumes, carne de fígado e de frango, tudo muito nutritivo e preparado especialmente para ela, sem nenhum tipo de tempero. A decisão foi tomada após pesquisas, estudos e conversas com veterinários especialistas em nutrição animal.

Em uma semana, Mel começou a se levantar, a se alimentar melhor e até a urinar. A família estava incrédula e os profissionais também. As chances de recuperação eram mínimas e a golden retriever surpreendeu a todos. Ela ganhou uma sobrevida. Já caminhava pelo quintal e até arriscava algumas brincadeiras com os seus filhotes – que a esta altura também já eram adultos. E desta maneira, inesperadamente ativa, ela passou mais dois meses.

Após esse período, um dia, ela voltou a ficar muito parada e perdeu o apetite. Os donos sabiam, então, que o problema nos rins se manifestava novamente. Eles a cercaram de mais carinho e companhia e perceberam que o fim se aproximava. À noite, ela começou a sentir dores – que podiam ser notadas por seus movimentos e tremores. Mel foi, então, para a clínica, onde recebeu anestésicos, antes de voltar para o seu lar mais tranquila. Naquela mesma noite, a família se reuniu em volta dela e ficou ali, junto, nesse momento difícil.

Dizem que os animais não gostam de se entregar à morte na presença de seus donos. Assim foi com Mel. Ela esperou até o último membro da família ir para a cama, já no meio da madrugada para fechar os olhos. Pela manhã, seu espírito ingênuo e dócil havia partido para um lugar melhor, onde ela podia correr, brincar e se divertir, sem dores, sem amarras, sem limitações físicas – apenas com as lembranças de uma vida feliz.

PETMAG

Nenhum comentário:

Postar um comentário